26.7.07

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A vida é dura. Chuto.
X-tudo?
Pode ser.
E para beber, o de sempre?
Isso, faça isso. Ela vai. Sem que ninguém perceba tiro o olho do bolso. O deixo escondido em minha mão. Direciono para sua bunda. Hoje a calça é de lycra.
Puta que pariu.
Ela quase rasga. A lycra entra com tudo no rego. Desenha cada detalhe. Sem que eu possa conter, com a outra mão aperto o pau. Ela volta sorrindo. Acho que ela sabe o que tem. Traz mais um, por favor.
[..]
Ela demora de costas. Vai na pia do outro lado.
Lava a lata demoradamente. A pia é baixa.
A bunda empina até não poder mais.
Ejaculo com força. Até fecho os olhos.
O gemido, procuro conter. Tremo de fraqueza.
E esse qual é?
Mostro a capa.
Geléia de quê?
Rococó. Glauco Mattoso, "Geléia de Rococó".
O Glauco escreve na cadência que eu penso.
O Glauco trata a escatologia como deve ser tratada.
Com amor.

[lourenço mutarelli, 'o cheiro do ralo']